Resumo do Jogo
Crónica do Jogo pelo Mais Futebol
A chuva quis ter honras de protagonista no Mar. Quase conseguia, mas os jogadores não deixaram. Houve futebol, bom futebol, apesar da borrasca. E o líder empatou. Perdeu-se na maré turbulenta criada por Eduardo, mas encontrou uma tábua de salvação a dois minutos do fim. Alan atenuou os males criados pelo erro gravíssimo do seu guarda-redes.
Minuto 35. O passe atrasado de Moisés, forte, desencontra-se com os pés de Eduardo. O guardião aborda mal o lance e a bola só acaba na baliza do Sp. Braga. Sem saber muito bem como, o Leixões vê-se a ganhar. A partir deste momento, decisivo, os bebés do mar percebem que é possível vencer. A chuva cai, impetuosa.
Antes do equívoco de Eduardo, pouco há para contar. João Pereira falha um golo certo, após passe de Andrés Madrid, e nada mais. Há luta, combate, faísca, duelos regados de ambição. Mas as balizas descansam. E a chuva cai, incessante.
Ao Sp. Braga falta, essencialmente, espaço para criar. Os médios do Leixões, orquestrados por um Fernando Alexandre em grande forma, são verdadeiras carraças. Colam-se, perseguem, trincam os lábios e abraçam uma atitude exemplar. O primor criativo não era para ali chamado. A chuva, essa, cai inclemente.
Domingos arrisca tudo...
Domingos Paciência é um líder atento. Ao intervalo, corrige dois erros: mete Hugo Viana em campo (em vez de Madrid) e abdica de Meyong (entra Matheus). O esquerdino é o génio pensante dos minhotos; o camaronês atravessa uma fase de manias: corre pouco, joga menos e vive dos rendimentos. A chuva cai, assustadora.
A partir dos 50 minutos, o Leixões passa a jogar reduzido a dez unidades. Braga é expulso, Domingos arrisca tudo. O Sp. Braga joga com três defesas e Yazalde entra para a frente. Adriano fica no banco. O líder acredita que um jogador com apenas nove minutos nas pernas pode resolver. Mesmo numa noite de Inverno. A chuva cai, persistente. E enregela.
Sem surpresa, a baliza de Diego dá as mãos ao sobressalto. Hugo Viana assusta de livre, João Pereira numa subida pela direita, Joel veste a pele de salvador em dois momentos. Mas o Leixões empertiga-se e até cria perigo em dois contra-ataques. Há emoção e incerteza. E a chuva cai, sempre, empenhada.
O Sp. Braga sente o tapete da liderança fugir-lhe dos pés. Insiste e insiste na frente, com muito risco e aflição para a própria defesa. Domingos, preocupado com a equipa e irritado com o árbitro, é expulso do banco. Mas acaba recompensado com o golo tardio de Alan. No fundo, um golo portador da justiça. Sempre com a chuva como testemunha.
A igualdade ajusta-se. O Leixões apaga a má imagem das últimas semanas; o Sp. Braga sobrevive ao erro clamoroso do seu guarda-redes, que até vem fazendo uma excelente temporada. Num bom jogo, abençoado pela chuva, houve futebol interessante.
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